agosto 17, 2009

Zen

Estás tu pousando o computador na cama e a colocar os pés no chão, quando me começo a ver. És quem não sou. Pensas em mim, mas não me descobres nem quem sou sabes, já em mim pensaste findas vezes na tua vida e de todas essas vezes finitas continuei inconcebível. Mas são as vezes que me sinto mais eu, tu menos minha. Vejo-me de dentro, embora por fora. O fogo arde dentro de ti, tens-me a fulminá-lo de fora, uma onda de vazio rebenta sobre ti quando em mim emerge o cheio, a conecção das duas vidas que vivemos, a conecção que nunca hás-de encontrar na tua parte humana, que única é. A alma existe, espírito lhe queiras chamar, sei-o quando sou minha fora de ti. Desconheces outras pessoas que essa mesmo sensação experimentem, nem as duas que és o partilham, mas sentes-me bem, sinto-te eu bem. Quando te apareço dou-me um ar de ganzada, olhar cego (cegueira outra não se me simula), sorriso fechado e "A vida é boa". Amas-te, mas mais a mim amas, ambas me amamos mais.

2 comentários:

putzz disse...

WOW :)

Without any coment my dear.

susana disse...

Foi tão ler este pedacinho *