maio 05, 2010

António Lobo Antunes

Rebolando nas palavras com... António Lobo Antunes.

Não conheço bem o princípio das minhas palavras que se imiscuem e fluem no meu pensamento, certamente perguntando me diriam que começasse pelo início, pelo início então começo. Hoje, sessão com António Lobo Antunes na escola, anfiteatro cheio: ele era alunos ali para faltar às aulas, ele era alunos a resolver exercícios de Matemática, ele eram Presidentes da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal, ele eram lacas radiosas com cheiro a salão. Começo pela excelente organização à qual saliento a falta de palavras no placar bibliográfico do escritor, seguindo-se-lhe os à vontade e fluidez de pensamento cronometrado dos pertinentes alunos com as suas pertinentes questões escritas a tinta azul. A bem dizer, não faltando a respeitos ou sensibilidades, uma boa mostra de censura (?) camuflada na nossa democracia e liberdade expressiva, à qual toda a regra de excepção seria um fardo e como isso visto seria, e visto foi. As sagradas palavras por António pronunciadas, tenho vontade de dizer soletradas, mas estaria a distorcer a realidade, sobre a editora D. Quixote que foram, no mínimo, bastante curiosas e estimulantes (aqui num sentido mais restrito, tenho as minhas dúvidas que a maioria das pessoas tenha percebido o caricato da questão, por duas razões: ou não estavam a tomar atenção, muito provável, ou não têm sequer a noção que os livros publicados de Lobo Antunes são D. Quixote, muito certo.). Passando, também, pelas mostras de personalidade machista, e aqui quaisquer comentários são dignos de não ser feitos, muito me engano, um há, o facto de o machismo dele apenas ter servido para aprofundar as minhas suspeitas da estupidez das pessoas, principalmente quando temos membros femininos da sociedade a rir ao ouvirem que as mulheres são lentas, e que lhes é preciso bater como quem bate numa porta para desenvolverem raciocínio, e mesmo assim é uma sorte disso serem capazes. Em resposta a uma pergunta - uma daquelas que são um fardo - precisamente sobre a opinião do escritor sobre o que se faz de bom em Portugal, surgiram as entusiastas palavras "Não acho nada.", palavras essas que em tudo demonstram o aclamado "génio da literatura" tantas vezes dito naquele anfiteatro em termos biográficos, génio esse que opina acerca do desconhecimento da gramática, implicando isso um bom desuso das capacidades imaginativas, incompatível com o complexo escritor-qualidade.
Aprendi, pelo menos disso me tentaram deixar esclarecida, e bem, que aquilo era assunto sério, que a António Lobo Antunes se não deve perguntar sobre escritores portugueses, porque parece que o único ele é, não de amistosa vaidade do próprio, de severa reprovação do próximo, falando neste género por melhor se enquadrar no alinhamento frásico.
Com dois autógrafos me despedi deste homem, Cristina foi a última palavra que lhe dirigi.

2 comentários:

Aragorn disse...

Falta referir a arrogância com que me respondeu, nas meras e simples palavras: "Para que lhe vou dizer se não os vai ler?", o qual me irritou "ligeiramente". E Para não falar, no que para mim foi o momento alto da "tertúlia", do espectacular momento de sedução entre o escritor e a professora responsável, pois os olhares de ambos estiveram, smepre fixos e próximos, uuns ainda que escassos minutos como todos devem ter reparado.
Enfim, para quem não lhe interessavam as aventuras amorosas do pai, muito parecido saiu ele. E neste caso "Quem sai aos seus degenera" e sabes bem que não me esqueci do não.
Só veio afirmar ainda mais a minha convição de quem é o melhor escritor português: José Saramago.(Ainda me interrogo o que teria acontecido se eu nas minhas não preparadas interpelações tivesse posto o nome do homem na "tertúlia", devia ter dado um tom bastante mais interessante à coisa.
Va não me alongo mais, apesar de muito mais ter para dizer.
Beijo ;)

Joana disse...

Bom, pelo menos coseguiste uma assinatura :P