abril 01, 2011

ROQUE BEAT


Parece que anda a passar por Coimbra o ciclo ROQUE BEAT - Nova Música Portuguesa, com o intuito, então, de divulgar novos projectos da música nacional. Na sessão 1, ontem, estiveram no TAGV Samuel Úria e Os Golpes. Era a minha oportunidade de ver Samuel Úria ao vivo, finalmente, e tinha curiosidade para conhecer estes génios num live. Quanto aOs Golpes, a questão era já diferente.

Samuel Úria

De um álbum (Nem Lhe Tocava) calmo, evidentemente controlado, talvez não estivesse à espera daquele concerto. Quem os ouve em estúdio não consegue ter noção de como são ao vivo, a energia é completamente diferente, eu própria fiquei surpreendida, agradada por começarem com a Teimoso. Levam para o palco uma energia brilhante, a conjugação com as luzes estava igualmente brilhante, gostei imenso quando deram um tom apoteótico ao baterista, não gostei tanto do facto da luz não evidenciar o baixista. Fiquei surpreendidíssima com a voz secundária, essencialmente da rapariga (can't remember her name, my bad!), a voz dela é algo demasiado não humano, e aquele violino... Desde Deolinda que ouvir alguém não me arrepiava daquela forma. É todo o conjunto destas coisas que me fez adorar o concerto, ficar a gostar mais de Samuel Úria, ter vontade de nunca mais voltar a ouvir no meu mp3 para que esta recordação tão boa permaneça. Penso que o único concerto em relação ao qual já sentia isto foi Diabo Na Cruz, um concerto que vou reviver no próximo mês, são geniais.


Os Golpes

Pois é verdade que segundo se dizia eram estes quatro senhores a grande atracção no TAGV. Talvez fossem. Eu não levava quaisquer expectativas, porque além da Vá Lá Senhora e da Marcha dos Golpes, não conhecia muito mais deles (o que me atraiu foi Samuel Úria). Tendo sido o último concerto não me pude privar de comparações não tanto óbvias como evidentes: foi sair de um palco cheio para um palco meio vazio; sair de um palco interactivo para um palco mais instrumental; sair de um palco de rebeldes cativantes pela atitude para um palco de rebeldes cativantes por abanarem a cabeça; sair de um palco onde não havia limites para a música, para um palco seguido por regras. Desconhecia a gaguez do vocalista, achei muito fofo quando anunciou o cover de Florence and the Ma-machine. Admito que não ter gostado tanto deste concerto como gostei do outro esteja relacionado com a forma como conheço uma banda e conheço a outra, mas talvez não signifique nada porque quando vi Sean Riley and The Slowriders pela primeira vez mal conhecia as músicas deles e achei muito bom, ou os Dropkick Murphys que têm uma energia em palco admirável.


A música final juntou as duas bandas num cover de Heróis do Mar, e eu não consigo não deixar de evidenciar a diferença de energia entre Samuel Úria e Os Golpes; há qualquer coisa no Samuel Úria que me apaixona grandemente, talvez seja o blazer com um botão apenas, talvez seja o movimento de pés durante o concerto, talvez seja a forma de dançar, talvez seja o beicinho, talvez seja a voz tremida a dizer Paixão. Além disto tudo, Tânia Costa a tua companhia foi bastante boa.

1 comentário:

Bruno Pedrosa disse...

As tuas palavras deixaram-me uma curiosidade imensa de ver Samuel Úria ao vivo!Espero um dia ter essa oportunidade. E fico feliz por finalmente encontrar alguém que também admira este homem.

Ass: o homem que espera pelas folhas de rascunho. :)