dezembro 02, 2011

Acontece de muitas formas, por vezes acontece assim. Não que me sinta na obrigação, antes desejo ou vontade, de exprimir sensações de forma concreta, mas o dever de fazê-lo reprime qualquer que fosse a sentida, das três. Não faz sentido, alguns pensarão. Para mim é o sentido que tem: aquele que os outros desencontram. Podia rir, podia. Podia correr, podia. Podia desmistificar, podia. Podia tanto podendo tão pouco. Desconheço ser um pulsar fortemente contráctil ou docemente instalado algures entre o mediastino e o septo auriculoventricular, numa dessas células, em várias talvez, abrangindo todas hipoteticamente. Mas que está, não poderei dizer que não está. É pensar. Pensar é a doença dos sóbrios. Ser sóbrio nesta embriaguez de palavras, nesta embriaguez de imagens. É olhar para alguma coisa e ver o que está, e ver o que não está, e ver o que não estando foi. Só pensar, lucidamente sofrer com essa doença. Se faz alguém mais feliz... Arriscarei pronunciar-me negativamente. Se faz alguém menos feliz... Arrisco o mesmo. Embora havendo carinho, há uma frieza calculista, um algoritmo de sensações a funcionar equivocado, um impedimento estéreo adaptado. Pode ser demasiado, e ser só isso.

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