dezembro 28, 2011

(...) Sentado no colchão de tantas noites, encostado à parede, no seu mundo, pede-lhe que se junte, aproxime e entre no mesmo mundo. Então abre-lhe a porta, ela entra confiante, embora entristecida, aconchega-se contra o seu peito e assim ficam. Não falam. Somente ouvem. Somente sentem ouvindo; ela, sentindo cada palavra que ouve como sendo dita por ele, chora calmamente sobre a mágoa que carrega, que ambos carregam. Retira o auscultador para sair do mundo que sobre ela pesa, deixando-o continuar consigo. Dormiram, então, nessa mesma noite, nesse mesmo colchão de tantas outras noites, onde antes partilharam um mundo. (...) Hoje, todo esse tempo passado, a mesma música fá-la chorar calmamente.




G.S.

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