dezembro 20, 2009

A Natureza e a sua capacidade de renovação

Partimos, consciente ou inconscientemente, do pressuposto de que na Natureza tudo se renova, que o ciclo da vida é intemporal e se aplica sem excepções em todas as épocas. Partimos do pressuposto errado.
Uma cândida flor brota alegremente na sua condição, abre os olhos e os braços para a vida e para o mundo, e aí esmorece; nós não entendemos porquê. Desfixando o olhos do pequeno fenómeno, aumentanto o plano de observação, vemos o vazio; nada mais existe, nenhuma outra flor, nenhum insecto polinizador. A Natureza morreu... Não, não morreu de súbito espanto, foi sendo morta por quem mais dela viva necessita. Foi morta, mas renova? Sim, renova enquanto disso não nos apercebemos, ou melhor dizendo, enquanto disso não possamos tirar proveito proprio.
Estar vivo é metade de estar morto, e em meio vivo vivendo, inteira qualidade ambicionamos. Mas essa condição desglorifica toda a naturalidade dos fenómenos. Extraímos da Natureza combustíveis fósseis, que Ela tanto tempo demorou a criar, e mais tempo demorará a renovar. Mas isso não basta: intozicamos-lhe os pulmões com o fumo do seu próprio fruto antes de lhe extrairmos os alvéolos pulmonares em massa, para construir não se sabe o quê, não se sabe onde.
A Natureza renova... Até que ponto? Qual é o ponto de resistência máximo? A Natureza renovaria se a tivéssemos deixado renovar quando dela abusámos. Agora talvez seja tarde demais...

3 comentários:

Aragorn disse...

É tarde de mais. Então que fazer agora? Evoluir e adaptar ao novo meio? Não me parece, time is too short for that.
Resta-nos remediar o que não têm remedio, adiando assim a morte certa? Talvez.
Parados é que não podemos ficar, pois mortos já o estamos de qualquer maneira. Por isso há que adiar esse acontecimento o mais possível.
Beijo ;)

Anónimo disse...

-.-

MollieBar disse...

Tá, anónimo :)