janeiro 27, 2010

não posso poder

A maioria pensa com a sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar. - Fernando Pessoa
Não sei que escrever, mas sei o que escrevo, não por falta de palavras, por as ter em demasia. Bastaria saber que, em sabendo, a dúvida crescia; desconhecendo ela mantém. Não tem porquê, não tem se, não tem nada que tenha se ter é não ter. Não, não é normal, menos indiferença abismal, é qualquer coisa que por ter sido passou e por ter passado ficou. Volto a ler e não percebo, pergunto se perceberá quem lê. Não importa, a vida não se faz do que já foi, nem do que se fará, menos daquilo que se faz; a vida é qualquer coisa, coisa essa que coisa nenhuma é.
Falácia do falso dilema. Ou queres ou não queres. Errado. Não tem que querer-se por uma vontade, por uma súbita vaidade, tem sim que querer-se por se querer e por se partilhar esse querer. Em querer, quere-se, em poder, esquece-se. Quero, não posso poder.



2 comentários:

Anónimo disse...

Eh pa tens mesmo um jeitinho especial para escrever!

Aragorn disse...

Fizeste um jogo de palavras explênido. Mostraste que o real nem sempre o é. Isso apanhei-o pelas contradições. Cada um possui a sua realidade. O Resto posso dizer que me poderá ter passado grande parte ao lado, mas também posso ter percebido, e acredito que quem te conhece perceberá algo, como poderá tirar as conclusões mais desviantes possíveis.
Para terminar e acabando as redundâncias: Para poder tem que se lutar e "tu tens força de vontade para lutar por um ideal."
P.S. Esta última frase não é da minha autoria.
Beijo ;)