março 23, 2011

Nisto crescemos, envelhecemos, e o mundo que vemos é o mundo que não viamos quando não nos apercebiamos que cresciamos e envelheciamos. Nisto olhamos para trás e vemos a quantidade de coisas que fizemos, a quantidade de coisas que não fizemos, a quantidade de coisas que gostavamos de ter feito, a quantidade de coisas que preferiamos não ter feito. Nisto morremos, e já nada do que fomos pode ser mudado; é assim que acabamos.
Sendo assim, o que acontece ao amor que damos e ao que recebemos, quando morremos? Para onde vai algo tão grande, que não se pode perder, que não pode voltar a ser olhado como algo que fizemos, não fizemos, gostavamos de ter feito ou preferiamos não ter feito? Acaba; é o fim do amor de uma vida, de duas inevitavelmente.
Se algum dia me perguntassem se este amor pode acabar, eu diria que inevitavelmente irá. Até esse dia ser, vou dar-te amor, ver-te como algo que faço, que fiz, farei. Estamos no presente a preparar o nosso passado.
Nisto acordas, os meus olhos perdem-se de Coimbra, do cândido amanhecer que acontecia lá fora, e é este o amor que temos para tomar conta, que fazemos viver..

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